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quarta-feira, 18 de setembro de 2013

EU TENHO UM SONHO...

Quando comecei a escalar, há 5 anos atrás, eu sabia que esta não seria apenas mais uma “fase” como tantas outras. Apesar de já ter jogado futebol, basquete e andado de roller, até aquele momento nada havia ganhado minha atenção por mais do que 2 anos.
Meu primeiro contato com a escalada foi no Ginásio Campo Base, no centro de Curitiba, onde escalo até hoje. Cheguei lá meio perdido (mal andava de ônibus) e ansioso para saber como era subir naquelas paredes que eu já tinha visto em festas juninas. Foi amor à primeira agarra. Cada vez que eu subia, mais medo tinha e mais adrenalina corria no meu sangue e, ao descer, maior ainda era a vontade de subir de novo.
Com o tempo, esse amor à primeira vista foi amadurecendo e mudando cada aspecto da minha vida em prol da evolução no esporte. Assistia a vídeos de escalada até de madrugada, ia todos os dias ao ginásio, às vezes treinar e às vezes apenas assistir aos escaladores mais experientes guiando as vias no teto da Campo Base. Me perguntava como era possível aquilo parecer tão fácil.
Dia após dia, meu amor pelo esporte veio se transformando em um estilo de vida. Larguei minhas atividades de finais de semana para ir pra rocha e novamente fiquei pasmo com aquele universo completamente novo.
Escalava cada vez mais forte e de forma cada vez mais simples. Meu corpo aprendeu a se movimentar de forma automática, bastando eu olhar para próxima agarra para assumir uma posição confortável para chegar até ela da forma mais fácil possível. Me via fazendo as mesmas vias que antes eu me perguntava se seriam possíveis. E um sonho começou a surgir: achar um jeito de viver da escalada.
Logo comecei a participar de competições. Em meu primeiro campeonato, vi Cesar Grosso ganhar pelo domínio da penúltima agarra numa via cotada em 10b (8b FR). Fiquei entusiasmado e, logo na sequência, me inscrevi no circuito amador do Campeonato Paranaense daquele ano, quando percebi que nem tudo são flores no universo das competições. A atmosfera densa, a escalada à vista, os isolamentos, a plateia, tudo me deixava nervoso. E, com o tempo, me senti um pouco desmotivado para tudo isso. Mesmo com o apoio do Ginásio Campo Base, como o qual conto desde 2009 até hoje, não me sentia bem em participar de competições cujas possibilidades de vitória ou de boas colocações eram praticamente nulas.
No entanto, com a maioridade veio também a tão sonhada liberdade e uma nova fase começou. Comecei a fazer várias viagens, escalar nos mais diversos tipos de rocha e conhecer a comunidade da escalada. A boa vibe voltou a reinar. Comecei a ir mais longe, procurar outros setores e participar dos tão falados festivais.
A cada evento conhecia mais e mais gente. Os contatos surgiram pelo Brasil e eu passei a querer evoluir acima de tudo e me destacar neste meio com tanta gente forte. Conheci caras tão pilhados para contribuir com a evolução da escalada que me deu vontade de fazer parte disso. Ajudar a difundir a escalada no Brasil, contribuir para novos setores e mais possibilidades, ajudar escaladores novos a terem contato com a escalada em rocha.
Nesse contexto, meu caminho se cruzou com a 4Climb. Nossa vibe se juntou e nossas ideias bateram. A parceria amadureceu com o tempo e com vários encontros em eventos, viagens e campeonatos. E o sonho antigo de poder viver da escalada voltou à tona assim que virei atleta 4Climb.
Comecei a buscar outras empresas, marcas, fábricas e lojas que compartilhassem da mesma vibe e foi quando descobri a Sapo Agarras. Comecei a conversar com o pessoal e, de repente, tudo fez sentido. Novamente a boa vibe me mostrando o caminho e me fazendo encontrar pessoas tão ou até mais apaixonadas do que eu pelo esporte que eu tanto amo. Não demorou a firmarmos mais essa parceria. Virei atleta “embaixador” da Sapo Agarras e cada vez mais acredito que estou no caminho certo para realizar meu sonho.
Ser parte de uma equipe que tem feito tanto pela escalada nacional já é a realização de parte desse sonho. Ao firmar a parceria com a Sapo Agarras, me peguei pensando em como as coisas tem andado bem ultimamente. E hoje, mais do que nunca, eu acredito que realmente você atrai o que transmite.
Eu me preocupava em como representar dignamente as empresas cuja confiança foi depositada em mim. Comecei a pensar que não sou o escalador mais talentoso do Brasil, ou o mais forte, e que eu nem sequer me dou bem em competições. Mas depois comecei a pensar nas coisas que eu posso fazer pela escalada. Tive uma brainstorm sobre tudo que a escalada havia me proporcionado e tudo que eu poderia proporcionar para o esporte. E me acalmei. Existem muitas formas de contribuir e tenho certeza que vou achar o jeito certo para mim. Só tenho que ter paciência e esperar as oportunidades surgirem.
Mesmo assim, ainda sou cheio de dúvidas. Não sei onde vou parar. Não sei se vou seguir minha formação acadêmica ou se vou achar um jeito de seguir fazendo o que me inspira até o momento. É um clichê falar em viver um dia de cada vez, mas no meu caso é a mais pura verdade. Estou apaixonado e amo meu esporte e meu estilo de vida. Mas, assim como um casamento de 30 anos pode porventura acabar, não me arrisco a dizer que vou escalar com todo esse fervor e energia pelo resto da minha vida. Nem que eu vou conseguir seguir meu sonho, ou mesmo se vou ter outros sonhos daqui alguns anos.
Mas uma coisa é certa: hoje eu estou num momento de extrema felicidade. A parceria com a Sapo Agarras foi só o começo. Assim como espero que tenha sido a parceria com a 4Climb e com o Ginásio Campo Base. Sou ambicioso e almejo mais. Quero me destacar não só no Brasil como no mundo. Sigo um lema que diz mais ou menos que se deve mirar o mais alto possível, pois se algo der errado, pelo menos eu consigo acertar no meio. Então minhas metas são grandes e sempre haverá esperança de conseguir alcançá-las. Mas caso minha vida mude de alguma forma, a única certeza que eu tenho é que a escalada sempre estará presente, de um jeito ou de outro.
É um vício do qual eu não consigo me desvencilhar. É minha maior paixão. E, se me oferecessem um meio agora, eu com certeza largaria tudo para viver da escalada.
No momento, eu só tenho a agradecer o incentivo de anos do Ginásio Campo Base e os novos investimentos da 4Climb e, agora, da Sapo Agarras. Ter essas empresas que tanto contribuem para o esporte me dando suporte é um enorme passo para chegar à minha meta como atleta profissional.
Obrigado a todos que fizeram essa realidade possível de alguma forma.
André Braga

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